Paraty E A História Do Ciclo Do Ouro

A história de Paraty e a história do ciclo do ouro tem uma importante ligação, que contribuiu muito para o desenvolvimento da região.

Paraty, uma charmosa cidade localizada no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, guarda parte da história e cultura do Brasil, sendo reconhecida como Patrimônio Histórico Nacional e Patrimônio Misto da Humanidade pela UNESCO desde 2019.

Com sua arquitetura colonial preservada, ruas de pedras e rica história ligada ao Ciclo do Ouro, a cidade encanta visitantes de todo o mundo.

Vamos embarcar em uma viagem pela história e descobrir o legado deixado pelo Ciclo do Ouro em Paraty e a riqueza de seu patrimônio histórico.

Neste artigo, explore os seguintes tópicos:

  1. A História de Paraty
  2. Paraty e o legado ciclo do ouro
  3. Paraty e suas belezas

A História de Paraty

Quando os portugueses chegaram à região de Paraty no século XVI, o local era habitado por indígenas pertencentes à tribo dos Tamoios.

Todo o território brasileiro era repleto e cortado por trilhas que levavam a todas as regiões, sendo que por milhares de anos os povos originários percorreram essas trilhas e eram conhecedores de todas elas.

Esse povo nativo, já denominava a região como “Parati” e conhecia muito bem a localidade. Os integrantes de sua tribo apresentaram aos portugueses uma trilha muito antiga aberta pelos índios Guaianás.

A trilha dos Guaianás era a única possibilidade por onde era possível atravessar a Serra do Mar, entre o Vale do Paraíba e Minas Gerais. Tamanha foi sua importância no Ciclo do Ouro, que ficou posteriormente conhecida como Caminho do Ouro.

Tendo em vista a região favorecer à chegada até Minas Gerais, colonos vieram de São Vicente e passaram a viver no local. Ligados à fé católica, os colonos construíram, aproximadamente em 1540, a Capela de São Roque.

O primeiro relato por escrito quanto à existência de Paraty, data de 1557, no livro de autoria do alemão Hans Staden, onde narra o período em que foi capturado pelos Tupinambás, permanecendo por nove meses em poder da tribo.

Há também relato sobre a existência do povoado, datado de 1597, quando por ali passou a expedição de Martim Correia de Sá, que percorreu o trajeto até Minas Gerais, levando consigo 700 portugueses e 2.000 índios da tribo dos Tamoios, responsáveis por ensinar-lhes o caminho.

No entanto, o nascimento da cidade tem início por volta do ano de 1640, com um pequeno povoado no Morro de Vila Velha.

Tendo em vista o crescimento do povoado, Maria Jácome de Melo fez a doação de uma grande área para que fosse realizada a nova instalação da comunidade.

Como condição para a doação, Maria Jácome de Melo, exigiu que os indígenas que ali habitavam pudessem viver em paz e que fosse realizada a construção de uma capela que viria a se chamar Nossa Senhora dos Remédios.

Igreja antiga na cidade de Paraty-RJ

As terras doadas por Maria Jácome, corresponde, atualmente, ao local onde se encontra o centro histórico de Paraty.

Paraty e o legado ciclo do ouro

No século XVIII, Paraty viveu seu auge com a exploração do ouro e do café na região. O ouro extraído de Minas Gerais era transportado para o porto de Paraty, onde era embarcado em navios que o levariam para Portugal.

Esse importante papel na economia colonial brasileira deixou marcas na cidade, como a construção de igrejas, casarões e outros prédios públicos que hoje compõem seu rico patrimônio histórico.

Paraty servia como ponto de passagem para aqueles que buscavam chegar a Ouro Preto pela Estrada Real. Ambas as cidades desempenharam papéis cruciais na histórica rota, que era utilizada pela Coroa Portuguesa para transportar recursos preciosos do interior do país até o litoral.

Hoje, caminhar pelas ruas de Paraty é como voltar no tempo. O Centro Histórico é um verdadeiro museu ao ar livre, com seus casarões coloniais, fachadas coloridas e janelas com grades de ferro trabalhado.

A arquitetura bem preservada nos transporta para a época do Brasil colonial e nos permite imaginar como a cidade era nos tempos do ciclo do ouro. O conjunto projetado é tão bem preservado que, em 2019, Paraty foi reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO.

As igrejas também são testemunhos desse período. A Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, que foi reconstruída e reinaugurada em 1873, é uma das mais importantes de Paraty, com sua fachada em estilo barroco e interior ricamente decorado.

Outras igrejas, como a Igreja de Santa Rita e a Capela de Nossa Senhora das Dores, também são verdadeiras joias arquitetônicas que merecem ser visitadas.

Além da arquitetura, o ciclo do ouro deixou um legado cultural em Paraty. A cidade é conhecida por suas festas tradicionais, como a Festa de Nossa Senhora dos Remédios, que celebra a padroeira de Paraty e atrai milhares de fiéis e visitantes.

A cultura local também é preservada em manifestações artísticas, como o Fandango, que é uma dança e forma de expressão cultural, com origem nas tradições portuguesas e espanholas, trazida para o Brasil pelos colonizadores europeus.

Em Paraty, o fandango se tornou uma parte importante da cultura local e é realizado em ocasiões festivas, como festas religiosas, eventos comunitários e celebrações folclóricas.

Paraty e suas belezas

Rodeada por montanhas e o mar, a cidade oferece paisagens deslumbrantes e uma rica biodiversidade. Os passeios de barco pela Baía de Paraty são uma ótima maneira de conhecer as ilhas e praias paradisíacas da região, além de apreciar a vista da cidade a partir do mar.

Paraty é um destino que une passado e presente, oferecendo aos visitantes uma experiência na história do Brasil colonial e a oportunidade de desfrutar das maravilhas naturais da região.

Seja caminhando pelas ruas de pedra, apreciando a arquitetura histórica ou explorando as belas praias e ilhas, Paraty é uma experiência única e enriquecedora.

Se você ainda não conhece Paraty, não perca a oportunidade de se encantar com esse tesouro histórico do nosso país.

2 comentários em “Paraty E A História Do Ciclo Do Ouro”

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