Pompeia: A Cidade Engolida Pelo Vesúvio

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A cidade de Pompeia, localizada na região da Campânia, no sul da Itália, próximo a Nápoles, é um sítio arqueológico muito bem preservado.

A história da cidade está intimamente ligada ao Monte Vesúvio, pois o vulcão abrigado por ele, causou uma catástrofe no ano de 79 d.C, cuja erupção ejetou uma espessa camada de cinzas vulcânicas sobre o local, resultando no soterramento que permitiu a preservação de Pompeia.

Neste, explore os seguintes tópicos:

  1. A História de Pompeia: a fundação da cidade
  2. A Influência do Império Romano em Pompeia
  3. A Erupção do Vulcão do Monte Vesúvio
  4. Redescoberta e Preservação

A História de Pompeia: a fundação da cidade

Não se sabe ao certo quem foram os primeiros seres humanos a chegarem ao local, no entanto, acredita-se que a região começou a ser habitada entre 3.000 e 1.200 a.C, no período compreendido como idade do Bronze.

Os estudiosos não têm conhecimento de como era chamada cidade à época de sua fundação e o nome Pompeia é decorrente de uma inscrição constante em uma placa encontrada em escavações arqueológicas.

Dos registros e pesquisas, o que se sabe é que o Monte Vesúvio entrou em erupção diversas vezes desde o ano de 1631 e que nos últimos 17 mil anos sofreu ao menos oito erupções de grande escala, tanto que a cidade foi construída utilizando materiais ejetados pelo vulcão em erupções anteriores.

Muito embora se saiba muito pouco sobre os primeiros habitantes da região, o que se sabe é que foi fundada por volta do século VII a.C, pelos oscos, que foram um povo indo-europeu que ocupou a região sul da Itália por muito tempo.

O local foi palco de diversas disputas territoriais, sendo que depois dos povos oscos, a região foi habitada por gregos e etruscos. A cada disputa e conquista a formação cultural ganhava novos moldes.

cidade de pompeia, monte Vesúvio

Por volta do século VI, a cidade foi dominada pelos Samnitas, período em que viveu grande desenvolvimento e foram erguidas diversas edificações importantes.

Contudo, o período de maior desenvolvimento experimentado pela cidade foi durante o período em que havia forte influência do Império Romano.

A Influência do Império Romano em Pompeia

Os romanos e os samnitas lutaram por muito tempo disputando territórios. Os samnitas ocupavam localidades desde as regiões centrais até o sul da Itália. Roma, por sua vez, desejava a expansão de seu império.

As disputas territoriais entre romanos e samnitas foram tão intensas que deu origem as Guerras Samnitas, ocorridas entre os anos de 343 e 290 a.C.

Pompeia estava entre os territórios disputados. Os samnitas lutaram para defender suas terras, porém, foram vencidos pelos romanos. Os romanos conquistaram a região por volta século IV a. C, transformando a cidade em vários aspectos, desde sociais à culturais.

Em decorrência de sua localização privilegiada às margens no Mar Mediterrâneo, Pompeia prosperou como uma importante rota comercial e um centro de atividade agrícola, onde produtos e materiais eram exportados e importados a partir de seu porto.

Durante a influência romana, a cidade viveu seu período de maior desenvolvimento, prosperando economicamente e culturalmente, desempenhando um papel significativo na história da Pompeia nos anos que antecederam à erupção do Vesúvio.

O estilo de vida, a arquitetura e os costumes passaram a ser severamente influenciados pelos romanos. A cidade recebeu diversas construções, com ruas bem projetadas, anfiteatros, templos, mercados, tavernas, casas de banho públicas e as arenas, onde eram realizadas as lutas de gladiadores.

As lutas de gladiadores, consideradas bizarras pela sociedade atual, eram uma das atações favoritas da população, que frequentemente lotava as arenas para prestigiar homens lutarem literalmente até a morte.

O local também era considerado um destino de férias e veraneio. Por sua proximidade com o mar, a cidade recebia muitas pessoas ricas da época que buscavam opção de lazer na região, sendo que em seu tempo era considerada uma das cidades do Império Romano com maior qualidade de vida.

ruinas da cidade de Pompeia

Muito embora submetida à influência do Império Romano, Pompeia manteve certa autonomia em relação à Roma. Entretanto, após se rebelar contra Roma, o Imperador Sila, planejou uma retaliação contra a cidade, que perdeu sua autonomia em 80 a.C.

Durante a represália determinada por Sila, cinco mil soldados romanos passaram a viver na cidade, influenciando a vida dos habitantes da cidade em muitos aspectos.

A influência da arquitetura romana é tão grande em Pompeia que muitos historiadores e pesquisadores utilizam o local para estudos sobre a Roma antiga, já que muitas obras e construções foram perfeitamente preservadas em decorrência do soterramento após a erupção do Vesúvio.

A Erupção do Vulcão do Monte Vesúvio

Conforme já mencionado, o Monte Vesúvio entrou em erupção diversas vezes desde o ano de 1631, tanto que a cidade foi construída a partir de materiais expelidos pelo vulcão séculos antes.

Entretanto, as erupções não são constantes e, entre uma e outra, o tempo pode ter sido de séculos. Tal fato, manteve o povo de Pompeia ignorante aos perigos a que eram expostos em decorrência da proximidade com o vulcão.

Os habitantes de Pompeia não tinham ideia de que o Monte Vesúvio abrigava um vulcão de proporções catastróficas. A população acreditava tratar-se de nada mais nada menos que uma montanha ou um monte.

Muito embora não tivessem conhecimento sobre a existência do vulcão, era constante o registro de atividades sísmicas na região, tanto que, no ano de 62 a.C, a cidade foi assolada por um terremoto que causou grande destruição na região. O terremoto era consequência das atividades no vulcão, porém, tal fato era desconhecido pelos habitantes de Pompeia.

Atualmente não há consenso sobre a data em que ocorreu a erupção do vulcão que devastou e soterrou uma cidade inteira.

Em um documento escrito por Plínio, o Jovem, há o registro de que a erupção do Vesúvio ocorreu em 24 de agosto de 79 a.C. Entretanto, estudos recentes revelaram que a erupção teria ocorrido em outubro do mesmo ano.

Os pesquisadores analisaram diversos fatores, que os levaram a crer que a data da erupção não poderia ser a data descrita no documento escrito por Plínio.

Dentre os fatores considerados pelos pesquisadores, estão as roupas que as pessoas usavam no momento de sua morte, que eram roupas de inverno. No mês de agosto, ainda havia a influência do verão e os cadáveres encontrados usavam roupas para um inverno rigoroso, o que não mostra paridade com a data mencionada, mas indicaria que o fato teria ocorrido cerca de dois meses mais tarde.

Outro fator que demonstra que a erupção ocorreu no mês de inverno, é a presença de frutas e alimentos sazonais, que não poderiam fazer parte do cenário caso o mês da tragédia fosse o mês de agosto.

A erupção foi tão intensa que estourou o cume do Monte Vesúvio, lançando uma quantidade enorme de pedras, poeira, cinzas e gazes tóxicos a uma altura impressionante.

Independente da data exata em que ocorreu a tragédia, não há dúvidas quanto à intensidade do evento. A erupção contou com tamanha força que não atingiu somente Pompeia, mas também cidades da região, como, por exemplo, a cidade de Herculano.

Os moradores não imaginavam a dimensão das consequências após a erupção. Muito embora vários moradores tenham saído da cidade, muitos não conseguiram fugir, tampouco teriam noção de que seria necessário fugir, alguns acreditaram que seria possível se refugiar em suas casas e se manterem a salvo.

Entretanto, a cidade foi tomada por gases tóxicos que levaram os habitantes à morte instantaneamente. A imensa nuvem de poeira expelida pelo vulcão foi arremessada contra a cidade, cobrindo tudo onde tocada, soterrando a cidade e seu habitantes, que permaneceram preservados, até sua redescoberta séculos mais tarde

Assim como toda a cidade, os corpos dos habitantes foram envoltos pela fina poeira expelida pelo Vesúvio, que se solidificou formando uma capsula ao redor dos corpos, mantendo-os na exata posição que se encontravam no momento de sua morte, permanecendo marcada na rocha formada, até mesmo as expressões faciais das vítimas.

homens feito de gesso a partir de moldes dos corpos que sobraram na época, em uma sala com vários vasos da época da da cidade de pompeia

Durante as escavações do local, quando os exploradores encontraram os moldes dos corpos das vítimas contendo restos mortais, perceberam que os mesmos não foram preservados, porém, a espessa camada de poeira havia criado um molde perfeitos dos corpos encontrados.

Os pesquisadores decidiram então preencher cada um dos moldes com gesso, de modo a manter um pedaço da história vivo, sendo que hoje a visitação a esses corpos recebe grande fluxo de turistas todos os anos.

Redescoberta e Preservação:

Por muitos séculos, a localização exata de Pompeia foi um mistério, permanecendo enterrada por aproximadamente 1500 anos.

Somente no ano de 1599, durante escavações para a construção de um canal de água, a cidade foi acidentalmente redescoberta por Domenico Fontana.

Acredita-se que as escavações e explorações não foram ordenadas em decorrência de muitas obras de arte conterem o que era considerado com promiscuidade na época, já que muitas imagens representavam imagens com caráter sexual.

No ano de 1738, o então rei de Nápoles, Carlos III, determinou a construção de um palácio de verão e durante as obras para a edificação, foram encontrados vestígios da cidade de Herculano.

ruinas da cidade de Pompeia

No ano de 1748, o rei Carlos III, ordenou que o engenheiro Rocque Joaquin de Alcubierre iniciasse escavações na cidade de Pompeia. As obra de arte, as construções e edificações magníficas encontradas em Pompeia encheram os olhos do rei, que utilizou as descobertas para promover a cidade de Nápoles.

A área escavada pelos arqueólogos corresponde a 44 hectares e ainda continua sendo escavada e muitas preciosidades históricas descobertas. No espaço pode ser observada a maneira como o povo de Pompeia vivia, bem como é possível notar a influência do Império Romano nas construções, edificações e obras de arte encontradas na cidade, demonstrando o estilo de vida romano adotado pela população.

As escavações arqueológicas que tiveram início no século XVIII ainda continuam e seguem revelando segredos da cidade, de seus habitantes e seus costumes.

A preservação de Pompeia continua sendo um desafio. O aumento do turismo, a exposição às intempéries e a atividade sísmica da região ameaçam a integridade das ruínas. Esforços constantes são feitos para proteger e conservar esse tesouro arqueológico para as gerações futuras.

Pompeia é um poderoso exemplo das forças imprevisíveis da natureza. Essa cidade congelada no tempo nos ensina lições importantes sobre a história, especialmente como era a vida em uma cidade influenciada pelo Império Romano.

Ao visitar Pompeia, é impossível não refletir sobre a própria existência e a relação com o mundo que nos cerca. É uma experiência única e imperdível para os amantes da história, da arqueologia e do conhecimento.

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